quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Palmada educativa. Por que ainda é usada?

Por Denise Carceroni




O título do post faz menção à "palmada educativa", apenas para diferenciar das situações de grande violência contra a criança, não que eu acredite no poder educacional da palmada e tão pouco que acredite não ser um ato de agressão contra à criança. O termo foi usado apenas para contextualizar o post.



Ontem o Fantástico fez uma matéria sobre a palmada. Falam do resultado de uma pesquisa que mostra que a palmada atrasa o desenvolvimento infantil. São inúmeras as matérias que tratam do assunto. A Pediatra Rachel Niskier, disse ao Terra que não há nenhum estudo que comprove que ela seja educativa ou disciplinatória, a médica conclui dizendo: "Se fosse assim todo mundo que apanhou seria melhor". O que faz sentido, né?!



Problemas de desenvolvimento à parte, a primeira observação que podemos fazer de uma criança que recebe a palmada como ação educativa é o uso desse artifício quando se sente contrariada. Vou dar dois exemplos:

Quando eu era criança, apanhei muito da minha mãe, do meu pai também, mas da minha mãe era quase todo dia. Me lembro que, durante um bom tempo, toda vez que algum amiguinho me "desobedecia", apanhava. Isso só parou quando um menino, em quem eu sempre batia, cresceu, ficou mais forte e me deu uma surra. Nunca mais bati em ninguém. Isso sem contar que era uma criança violenta. Graças a Deus isso não me causou maiores problemas, mas poderia ter causado.
Minha enteada é um doce. Super comportada, educadíssima, faz algumas artes, mas nada que fuja ao esperado para a sua idade (quase 6 anos). Vira e mexe sua mãe queixa-se ao meu marido sobre seus problemas de comportamento. Que ela responde, que faz birra e recentemente, que bateu na avó. Meu marido ia chamar-lhe a atenção em relação à isso e eu pedi para intervir, pois minha impressão é que falávamos de crianças diferentes. Então, perguntei porque ela bateu na avó? Disse à ela (sem brigar ou chamar a atenção), que quando batemos em alguém precisamos de um motivo. Ela então me explicou que a avó não deixou que ela continuasse brincando com o computador, que a pegou pelo braço para que fosse tomar banho. Aí eu disse: mas não era hora do banho? Ela disse que sim, mas que queria terminar uma "coisa" e que as vezes a avó bate nela quando não quer fazer algo, por isso bateu na avó. Para mim estava tudo explicado, ela só fez o que fazem com ela. Então expliquei que não estava certo bater nas pessoas, que deveríamos sempre conversar. Que tem hora para tudo para comer, tomar banho, dormir e para o computador. Que esses horários devem ser respeitados. Fiz um combinado com ela para respeitar os horários, para não bater na avó e que toda vez que a avó batesse nela, deveria contar para a mãe e para o pai.
Nesses dois exemplos também fica claro que o uso da palmada vem de uma herança que recebemos dos mais velhos e após a matéria me puz a refletir. Se estamos cansados de saber que a palmada, não educa, é um ato violento e desrespeitoso contra a criança, incita e ensina a violência e a nova pesquisa mostra que atrasa o desenvolvimento infantil. Por que ainda é usada?

Na própria matéria do Fantástico haviam mães que afirmavam saber que é errado, mas que tem hora que "não tem como". Pensei em dois momentos da educação que ofereci aos meus filhos. Eu fiz uso das "palmadas educativas" ,com ambos, pelo mesmo motivo que as mães alegam, era meu último recurso. Sem contar o fato de eu ter sido educada assim (olha a herança aqui!). Com o passar do tempo deixei essa prática de lado, mas o que me fez mudar?

Conhecimento...

E não estou falando das informações que coloco aqui no blog, que aparecem nos sites, nas revistas e no Fantástico, essas informações que estamos cansados de saber, que palmadas são ruins e não funcionam. Falo do conhecimento que adquiri na falculdade sobre o desenvolvimento infantil.
Minhas atitudes mudaram a partir do momento que aprendi como agir com as crianças, que aprendi estratégias educacionais que permitem nunca pensar que cheguei ao meu último recurso.

Talvez o que falte para os pais seja mais do que "o que fazer", mas "como fazer". Talvez por isso acreditem ter chegado ao último recurso, talvez por isso ainda usem a palmada educativa.
fonte:blogcriandocriancas
Mulherão

Peça para um homem descrever um mulherão. Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios, na medida da cintura, no volume dos lábios, nas pernas, bumbum e cor de olhos. Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira, 1m e 80cm, siliconada, sorriso colgate.

Mulherões, dentro deste conceito, não existem muitas: Débora Seco, Juliana Paes, Daniele Winits, Letícia Spiller... Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma em cada esquina.

Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar, e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome. Mulherão é aquela que vai de madrugada para fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para pegar uma pensão de 100 reais.

Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de Segunda a Sexta, e uma família todos os dias da semana. Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismos com o orçamento.

Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para capa de revista.

Mulherão é quem leva os filhos na escola, busca os filhos na escola, leva os filhas na natação, busca os filhas na natação, leva os filhos para cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz. Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.

Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo, é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva, é quem opera pacientes, é quem lava roupa para fora, é quem bota a mesa, cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão. Mulherão é que cria sozinha, quem dá expediente de oito horas e enfrenta menopausa, TPM e menstruação.

Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia.

Déboras, Julianas, Danieles: mulheres nota 10 no quesito lindas de morrer, mas mulherão é quem mata um leão por dia.

Autor desconhecido